As escalas de hemorragia intracerebral espontânea visam o entendimento fisiopatológico da doença, determinando a mortalidade e dependência funcional. Modelos matemáticos utilizando regressão logística identificam variáveis clínicas e tomográficas. A associação destas variáveis tornam-se ferramentas úteis nas unidades de emergência para uma compreensão global de um paciente portador de doença cerebrovascular.
Em 2001, Hemphill idealizou a escala "ICH Score" que associa variáveis clínicas e tomográficas. Esta escala apresenta acurácia na determinação da mortalidade como do bom prognóstico funcional. Foi a escala que apresentou o maior número de validações externas, inclusive no Brasil.
Por não respeitar territórios vasculares determinados e apresentar efeito expansivo, o AVCH ocasiona alterações cognitivas, diminuição do nível de consciência, além déficits motores, sensitivos, visuais, auditivos... A escala de coma de Glasgow avalia adequadamente o nível de consciência, mas não é capaz de identificar as alterações cognitivas como o NIHSS o faz. O déficit motor está associado a dependência funcional, portanto a lesão da via piramidal identificada em todo o seu trajeto por tractografia é uma variável a ser considerada nas escalas AVCH.
Por ser simples e de fácil aplicação o "ICH Score" é a escala mais utilizada, porém ainda não é uma unanimidade entre os especialistas das doenças cerebrovasculares.
Caro Dr.Gustavo C. Patriota
ResponderExcluirAtenciosamente.
Relativamente a esta escala de classificação, previsão de gravidade do ICH, eu sempre tive a dúvida em termos de volume, já que esta escala se aplica a ICH supratentorial e infratentorial.
A nível supratentorial non há dúvida de que o volume de 30 cc é um bom limite para tomá-la como grave ou menos grave, cirúrgica ou não. Mas ao limite de volume infratentorial é menor, por razões anatômicas peculiares à fossa posterior, e do tempo da minha formação no Japão este limite de volume foi de aproximadamente 14 cc.
Um diz respeito, e eu ainda lembro de nossa visita ao Butantan, muito interessante
Dr. Leonidas M. Quintana E mail: leonquin@gmail.com
Dr. Leonidas M. Quintana
ResponderExcluirAs críticas ao "ICH Score" são várias, inclusive acerca do volume. Esta escala foi construida através de regressão logística com uma amostra de 152 pacientes, destes 122 os hematomas eram supratentorial e apenas 30 infratentorial.
Em 2007, no México Ruiz Sandoval criou a escala "ICG Grading Scale", esta categoriza os volumes em supratentorial (<40; 40-70 e >70) e infratentorial (<10; 10-20 e >20). Desta vez com uma amostra maior 310 pacientes.
Como são modelos matemáticos, quanto maior forem as amostras, melhor serão as aproximações da realidade.
Grande abraço ao nosso Eterno Presidente da FLANC.