segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Polígono de Willis e sua importância na anatomia cerebrovascular

Polígono de Willis 



Thomas Willis é considerado um dos maiores neuroanatomistas de todos os tempos. Uma de suas grandes contribuições foi a descrição das grandes artérias da base do crânio, nomeadas de Polígono de Willis. Também enfatizou a interconecção entre estas artérias dando importância a circulação colateral existente caso houvesse obstrução de alguma destas artérias.

Apesar da beleza anatômica do Polígono de Willis, sua funcionalidade encontra-se em apenas 30% da população.  As variações anatômicas destes vasos que constituem o Polígono são bastantes regulares permitindo as seguintes afirmações:

- Não ocorre comunicação entre o sistema carotídeo e vértebro-basilar em 16% da população devido a hipoplasia/aplasia das artérias comunicantes posteriores (AcoP). Em 45% da população ocorre prejuízo funcional de apenas uma das AcoP, portanto após manobra de compressão carotídea cervical (HoksBergen e Cols 2000) não há aumento do fluxo em P1 em mais de 20% da linha de base.

- A artéria comunicante poterior tem sua origem sanguínea diretamente da artéria carótida interna (Padrão Fetal) em 13% da população, havendo redução de seu fluxo quando há compressão carótida comum cervical.

- A artéria comunicante anterior (AcoA) é responsável pela interligação entre as artérias cerebrais anteriores sendo o marco de divisão anatômica entre A1(pré AcoA) e A2 (pós AcoA). O prejuízo funcional da AcoA observa-se através do não incremento fluxo sanguíneo reverso no segmento de A1 após manobra de compressão carotídea cervical, 4%. O prejuízo funcional de A1 ocorre em apenas 1% da população.

A aplicação destes conhecimentos da anatomia cerebrosvascular a beira leito através da análise Doppler Transcraniano permite exercer o neurointensivismo em sua integralidade: "monitoração multimodal prevenção de lesões secundárias".

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