quarta-feira, 6 de abril de 2016

Considerações pressóricas intracranianas na falência circulatória global encefálica

Considerações pressóricas intracranianas na falência circulatória global encefálica 

O caso descrito ilustra um paciente vítima TCE grave por queda de moto sem capacete admitido Glasgow 7T pupilas isocóricas e reativas evoluindo para protocolo de morte encefálica. Durante o protocolo morte encefálica, entre o primeiro e o segundo exame clínico, houve uma parada cardiorespiratória (PCR) prontamente assistida e monitorada. 

Nas figuras e vídeo observa-se o ritmo ventricular cardíaco com pouca variabilidade nos valores da pressão intracraniana, refletindo uma falência circulatória global do encéfalo. A redução da pressão de perfusão cerebral (PPC) em um primeiro momento mantém o fluxo sanguíneo cerebral (FSC) constante através do acionamento da cascata vasodilatadora, cujo êxito dá-se pelo aumento do volume sanguíneo encefálico (VSE). Em um segundo momento, a cascata vasodilatadora aumenta tanto o VSE que ocorre uma elevação da pressão intracraniana com  redução da PPC e do FSC o que levará ao colapso circulatório encefálico senão revertida prontamente.


Figura 1. Reanimação cardiorespiratória em paciente em protocolo morte encefálica.


Figura 2. Padrão pupilar midriático e fixo.


Figura 3. Sinais de hipertensão intracraniana na tomografia do crânio com desvio do septo pelúcido de 5,8 mm.


Video 1. Parada cardiorrespiratória com monitoração da pressão intracraniana.

A falência hemodinâmica cerebral com perda da autorregulação cerebral apresenta dois extremos:

- Primeiro,  perda da autorregulação cerebral com exaustão da cascata vasodilatadora, aumento do VSE  e  valores da pressão intracraniana elevados e variáveis com a oscilação da pressão arterial média. 

- Segundo,  perda da autorregulação cerebral com perda da capacidade vasoconstrictora, valores da pressão intracranianos elevados  e  variáveis com a oscilação da pressão arterial média. 

Neste paciente em protocolo de morte encefálica evidencia-se a perda da atividade autoregulatória cerebral com pouca variabilidade nos valores da pressão intracraniana, representando uma falência circulatória global com pressão de perfusão cerebral ausente.


Nenhum comentário:

Postar um comentário