quinta-feira, 6 de março de 2014

Fisiopatologia da Respiração no Lesado Medular Cervical


Fisiopatologia da Respiração no Lesado Medular Cervical

Na dinâmica ventilatória, a expansão torácica é realizada pela musculatura intercostal, musculatura  acessória e pelo diafragma. Lesões cervicais baixas que preservam os núcleos responsáveis pela inervação do diafragma através do nervo frênico ocasionam um padrão de ventilação dependente quase que exclusivamente do diafragma.  A expiração torna-se passiva através do relaxamento da musculatura diafragmática e sendo bastante influenciada pelas alterações abdominais concomitantes ao choque medular (distensão de alças intestinais). No teste de função pulmonar ocorre  diminuição da capacidade vital e aumento do volume residual.



Figura 1. Fratura "Tear Drop" corpo vertebral de C6 associado a listese C5C6.



Figura 2. Diagrama explicando a importância do nível neurológico com a dinâmica ventilatória tendo o diafragma núcleos medulares em C3C4C5 e inervação através do nervo frênico.


Vídeo 1. Observem a dinâmica ventilatória na admissão hospitalar: o diafragma é a única musculatura envolvida na respiração. A musculatura  intercostal (inspiração) encontra-se abolida devido ao choque medular. Neste caso não observamos a utilização de musculatura acessória ( esternocleidomastoideo, escaleno, trapézio e peitorais) na inspiração.


Vídeo 2. Observem a dinâmica ventilatória 04 semanas após a admissão hospitalar: ocorre expansão da caixa torácica durante a inspiração provavelmente relacionado a espasticidade e ao reflexo de contração da musculatura intercostal envolvida na inspiração.

Portanto, a fisioterapia respiratória é fundamental na reabilitação do paciente lesado medular. O papel da neuroplasticidade ainda é objeto de estudo.

Referências:

1. Respiratory muscle training for cervical spinal cord injury. PUBMED
2. A systematic review and meta-analysis of the effects of respiratory muscle training on pulmonary function in tetraplegia. PUBMED
3. Functional recovery in T13-L1 hemisected rats resulting from peripheral nerve rerouting: role of central neuroplasticity. PUBMED



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