É um método contínuo e não invasivo de monitorização
da oxigenação cerebral regional. Sua acurácia depende da distinção de sinal
refletida pelo cérebro daquela refletida por outros tecidos (pele, músculo,
osso). A luz infravermelha (700-1000 nm)
penetra os tecidos biológicos, incluindo o escalpe, crânio e encéfalo. A luz
neste comprimento de onda é absorvida por cromóforos biológicos que incluem a
hemoglobina (Hb), hemoglobina oxigenada (Hbo2) e a citocromo-c
oxidase oxigenada. A medida simultânea da absorção de vários comprimentos de
onda da luz infravermelha permite o cálculo da concentração relativa destes
cromóforos. É um princípio semelhante ao utilizado na oximetria de pulso com a
exceção que é baseada na oximetria refletida e não na oximetria transmitida.
A fonte de luz infravermelha é aplicada ao escalpe
havendo uma penetração de alguns centímetros. Quando a luz infravermelha
dispersa-se pelos tecidos, parte é refletida e detectada no escalpo, avalia-se
então a absorção. O trajeto dos fótons que são refletidos para o escalpo é
parabólico, então a profundidade do tecido penetrado está relacionado com a
distância entra a fonte de luz e o detector.
Cálculo da
saturação regional Hb (rSo2)
=[Hbo2]/[Hb] + [Hbo2]
Este cálculo ignora a citocromo-c oxidase pela sua
pequena contribuição comparada com a Hb e Hbo2. Em média a saturação
de indivíduos normais situa-se entre 70-75%.
O monitor INVOS apresenta três probes
(uma fonte de luz e dois detectores) em fitas adesivas para serem fixados ao
escalpe. São fixados na fronte próximo a linha de inserção capilar com uma
distancia entre o probe da fonte de luz para os detectores de 40-60 mm.
Evita-se o posicionamento na linha
mediana (previnir amostra do seio sagital) e músculo temporal lateralmente.
Aplicações
clinícas: terapia intensiva
neonatal, monitorizar isquemia cerebral em adultos em situações que a perfusão
cerebral está prejudicada
(circulação extra-corpórea; teste de oclusão carotídea; parada
circulatória; traumatismo craniano grave).
Limitações
do método: potencial contaminação
com sangue extra-cerebral, monitorização regional (alguns centrímetros cúbicos
do cérebro), apresenta acurácia limitada quando se interpõe sangue entre o
cérebro e o probe (hematoma extradural ou subdural).
Vários estudos evidenciaram que quando utilizado em
humanos, há uma resposta rápida a episódios de desaturação cerebral durante
eventos de hipoperfusão ou hipóxia sistêmica. Entretanto devido a hipotensão
grave influenciar compartimentos cerebrais e extracerebrais diferentemente,
estes estudos não validaram a técnica ou no mínimo não provaram seu valor em
situações mais complexas. Por exemplo a oximetria transcraniana detecta apenas
uma fração de eventos patológicos identificados por monitorização multimodal
paralela em pacientes com traumatismo cranioencefálico.
Justifica-se que alterações do fluxo sanguíneo ou
alterações do tônus vascular poderiam modificar a distribuição sanguínea
cerebral de maneira diferente a outros tecidos extracerebrais.
No momento, é considerada uma modalidade de
monitorização multimodal adicional, porém que de maneira isolada não demonstrou
melhorar o prognóstico, o que limita a implementação deste método de
monitorização multimodal.
Testei o Invos e adorei. Sou anestesiologista mas gosto muito da parte neurointensivista.
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