O cérebro humano representa 2% do peso corporal, no
entanto, recebe 20% do débito cardíaco, utiliza 20% do oxigênio corporal (em
condições normais) e utiliza energia aeróbia quase que exclusiva. O transporte do
oxigênio ocorre por difusão facilitada, sendo a pressão parcial de oxigênio arterial
(PaO2), o pressão parcial de oxigênio tecidual cerebral (PtiO2) e a pressão parcial
de oxigênio disponível para o mitocôndria celular, respectivamente, 90 mm Hg,
20-40 mm Hg e 1 mm Hg. Para que o oxigênio alcance o mitocôndria celular três
variáveis são fundamentais: o fluxo sanguíneo cerebral (FSC), o conteúdo
arterial de oxigênio (CaO2) e a curva de dissociação da hemoglobina.
O FSC em condições normais é mantido aproximadamente
50ml/ 100g/ min mediante a preservação da autoregulação cerebral através do
controle miogênico, metabólico e neurogênico. A pressão de perfusão cerebral (PPC) representa o
gradiente de pressão através do leito vascular cerebral. É determinada pela
diferença entre pressão arterial média (PAM) e pressão intracraniana (PIC). É
uma das variáveis envolvidas na determinação do fluxo sanguíneo cerebral (FSC).
O transporte de oxigênio é realizado do alvéolo
pulmonar até o mitocôndria celular ligado a molécula de hemoglobina ou
dissolvido no plasma, na sua maior parte da primeira maneira. Para que a
molécula de oxigênio destaque-se da hemoglobina, faz-se necessário uma
adequação da curva de dissociação da hemoglobina ( pH, pCO2, 2-3 DPG
e temperatura).
Portanto, estabelecer uma PPC otimizada, ou seja,
aquela que determine um melhor FSC, associado a um CaO2 e curva de dissociação de hemoglobina
facilitadores do transporte do oxigênio permitirão uma melhor oferta de
oxigênio ao mitocôndria celular.
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