quinta-feira, 5 de julho de 2012

Autorregulação Cerebral







A  autorregulação cerebral é definida como a abilidade do sistema cerebrovascular em manter o fluxo sanguíneo cerebral (FSC) constante em um intervalo de pressão arterial média (PAM) amplo através de mecanismos fisiológicos diversos.

O fluxo sanguíneo cerebral é diretamente proporcional a pressão de perfusão cerebral (PPC) e a quarta potência do diâmetro vascular , e indiretamente proporcional  a viscosidade sanguínea e ao comprimento vascular cerebral. A pressão de perfusão cerebral é determinada pela diferença entre a pressão arterial média (PAM) e a pressão intracraniana (PIC).

O fluxo sanguíneo cerebral fisiológico é aproximadamente 50 ml/ 100g/ min, podendo haver variações desta normalidade mediante um acoplamento metabólico regional. Reduções gradativas do fluxo sanguíneo cerebral geram disfunções neurológicas progressivas e relacionadas com a região cerebral afetada. A partir de um FSC de 30ml/ 100g/ min ocorrem alterações no eletroencefalograma (EEG) até que cessa a atividade elétrica cerebral ao FSC de 20ml/ 100g/ min. Penumbra isquêmica é definida como células eletricamente quiescentes com homeostase iônica preservada. A penumbra isquêmica apresenta limiares de fluxo superior (20ml/ 100g/ min) e inferior (10ml/ 100g/ min). Fluxos inferiores a 10ml/ 100g/ min geram falência da bomba de sódio e potássio e lesão celular irreversível.

A variação do fluxo sanguíneo cerebral nos diversos territórios vasculares é orquestrado através do controle miogênico, metabólico, neurogênico.

·      Controle Miogênico também denominado de reatividade pressórica cerebrovascular é a capacidade da musculatura lisa vascular em reagir as variações da pressão transmural. Pode ser determinada observando a resposta da pressão intracraniana (PIC) as alterações da pressão arterial média (PAM).

·      Controle Metabólico é mediado por agentes químicos envolvidos na interação elétrica ou bioquímica entre neurônios, astrócitos, células endoteliais e musculares lisas. Os segundos mensageiros podem determinar vasodilatação: íons hidrogênio, adenosina, prostaciclina, espécies reativas de oxigênio (NADH, NADPH, Xantina Oxidase) monóxido de carbono, óxido nítrico. Ou Vasoconstricção: Endotelina (ET1), espécies reativas de oxigênio ( Proteina C Kinase).
·      Controle Neurogênico determinado pela inervação vascular cerebral. Quanto menor o calibre vascular, menor a quantidade de fibras nervosas.

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