Impacto da Craniectomia Descompressiva nos Fatores Prognósticos CRASH
O modelo prognóstico CRASH tem se mostrado relevante e de fácil aplicação para utilização `a beira leito. O traumatismo cranioencefálico (TCE) grave apresenta uma mortalidade elevada mesmo em países desenvolvidos, portanto entender a mortalidade na admissão e avaliar a eficácia das intervenções é de fundamental importância.
O NeurotraumaBrasil, na figura do Professor Ruy Monteiro, idealizou a utilização desta escala para reavaliar os fatores prognósticos após as intervenções neurocirúrgicas. Tal conduta, avalia a melhora clínica e radiológica pós operatória e modifica os preditores prognósticos da admissão. Esta avaliação dinâmica apesar de não está estabelecida no escore inicial nos auxília no entendimento da dinâmica fisiopatológica do TCE e na efetividade das intervenções.
Relato Caso:
Paciente masculino, 30 anos, vítima de TCE por ferimento de arma de fogo, admissão hospitalar em 35 minutos. Escala de coma de Glasgow admissão 7T, pupilas anisocóricas direita maior que esquerda. Realizado Tomografia crânio (25.04.2016) evidenciando ferimento de arma de fogo com trajeto cranial do vértix craniano em direção a fossa média direita com acometimento multilobar e sinais de hipertensão intracraniana (compressão das cisternas e desvio do septo pelúcido).
FIGURA 1. Quadro clínico e tomográfico na admissão hospitalar.
FIGURA 2. Quadro clínico e tomográfico 48 h após `a craniectomia descompressiva.
Observem que o modelo prognóstico CRASH apresentava na admissão uma mortalidade estabelecida em 14 dias de 48.2% com redução após a intervenção neurocirúrgica para 20,7%. Portanto, a realização da craniectomia descompressiva no traumatismo cranioencefálico multilobar por ferimento de arma de fogo sugere ter benefício. Neste paciente, houve um impacto de redução de mortalidade em 27,5%.
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