O Índice de Reatividade Cerebrovascular representa a abilidade da musculatura lisa vascular em responder as alterações da pressão transmural, portanto representa o componente miogênico da autoregulação cerebral. Do ponto de vista físico a pressão transmural pode ser comparada com a pressão de perfusão cerebral (PPC), porém não podemos simplificar os vetores de força já que a musculatura lisa também desempenha um papel não menos importante.
Sua obtenção é feita através de um coeficiente de Pearson após a aquisição de 40 medidas, com intervalos (5-15 segundos), entre a pressão arterial média (PAM) e a pressão intracraniana (PIC).
Sua interpretação é muito simples: pacientes com autoregulação preservada as variações da PAM não interferem no Fluxo Sanguíneo Cerebral. Do ponto de vista miogênico ocorre vasoconstrição quando ocorre redução da PAM e portanto redução do volume sanguíneo cerebral (VSC) com consequente redução da PIC. Ou seja, em pacientes com autoregulação preservada, a PAM e a PIC apresentam comportamento contrários. Portanto, o coeficiente de Pearson é negativo. Quando ocorre a perda da reatividade cerebrovascular, a PAM apresenta o mesmo comportamento da PIC, ou seja, o coeficiente de Pearson é positivo.
A beira leito este índice vem ampliando sua utilização já que além de estudar indiretamente a autoregulação cerebral participa de condutas para estabelecer a pressão de perfusão otimizada, funcionalidade soluções hiperosmolares, efeito de sedativos na autoregulação cerebral.
Referências:
- Czosnyka M(1), Smielewski P, Kirkpatrick P, Laing RJ, Menon D, Pickard JD. Continuous assessment of the cerebral vasomotor reactivity in head injury. Neurosurgery. 1997 Jul;41(1):11-7; discussion 17-9.
- Donnelly J, Aries MJ, Czosnyka M. Further understanding of cerebral autoregulation at the bedside: possible implications for future therapy. Expert Rev Neurother. 2015 Feb;15(2):169-185.
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