Doutrina de Monro e Kellie adaptando-se aos novos paradigmas neurofisiológicos
A Doutrina de
Monro e Kellie é um conjunto de princípios que servem de base para o
entendimento da síndrome de hipertensão intracraniana. Em sua forma original, a
doutrina já apresentava imperfeições que foi gradativamente corrigida por
outros autores. No Brasil, Sérgio Mascarenhas e cols. provaram que é possível
determinar deformações cranianas causadas por variações internas de pressão.
Alexander Monro (1783):
-O cérebro encontra-se dentro de uma estrutura
óssea (o crânio) que não pode se expandida.
-O tecido cerebral é quase incompressível.
-O conteúdo sanguíneo intracraniano é constante
ou quase constante. Portanto saída de sangue venoso intracraniano dar-se pela
entrada de sangue anterial intracraniano.
George Kellie de
Leith (1824):
-O cérebro encontra-se hermeticamente fechado e
ocupa completamente uma caixa craniana que não pode ser expandida em adultos.
-O cérebro é pouco compressível.
-É improvável que qualquer líquido possa ser
retirado ou inserido na cavidade craniana sem que haja alterações simultâneas
na pressão intracraniana.
John
Aberacrombie (1828): Realizou testes em animais dando suporte as observações de Monro e Kellie.
Sérgio
Mascarenhas (2012):
-A hipótese de um crânio inextensível após o
fechamento das fontanelas não é verdadeiro.
-Variações na pressão intracraniana ocasionam
variações no volume craniano.
- A relação entre a deformidade craniana e a
pressão intracraniana é linear, o que permite a monitorização minimamente
invasiva da pressão intracraniana.
Portanto, apesar
de matematicamente contestada ainda é plausível para o entendimento da
hipertensão intracraniana, porém surge um novo paradigma no estudo da
neurofisiologia.
Acta Neurochirurgica Supplementum 2012 , Vol 114
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