segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Doutrina de Monro e Kellie adaptando-se aos novos paradigmas neurofisiológicos

Doutrina de Monro e Kellie adaptando-se aos novos paradigmas neurofisiológicos




A Doutrina de Monro e Kellie é um conjunto de princípios que servem de base para o entendimento da síndrome de hipertensão intracraniana. Em sua forma original, a doutrina já apresentava imperfeições que foi gradativamente corrigida por outros autores. No Brasil, Sérgio Mascarenhas e cols. provaram que é possível determinar deformações cranianas causadas por variações internas de pressão.

Alexander Monro (1783):
-O cérebro encontra-se dentro de uma estrutura óssea (o crânio) que não pode se expandida.
-O tecido cerebral é quase incompressível.
-O conteúdo sanguíneo intracraniano é constante ou quase constante. Portanto saída de sangue venoso intracraniano dar-se pela entrada de sangue anterial intracraniano.

George Kellie de Leith (1824):
-O cérebro encontra-se hermeticamente fechado e ocupa completamente uma caixa craniana que não pode ser expandida em adultos.
-O cérebro é pouco compressível.
-É improvável que qualquer líquido possa ser retirado ou inserido na cavidade craniana sem que haja alterações simultâneas na pressão intracraniana.

John Aberacrombie (1828): Realizou testes em animais  dando suporte as observações de Monro e Kellie.

Sérgio Mascarenhas (2012):
-A hipótese de um crânio inextensível após o fechamento das fontanelas não é verdadeiro. 
-Variações na pressão intracraniana ocasionam variações no volume craniano.
- A relação entre a deformidade craniana e a pressão intracraniana é linear, o que permite a monitorização minimamente invasiva da pressão intracraniana.

Portanto, apesar de matematicamente contestada ainda é plausível para o entendimento da hipertensão intracraniana, porém surge um novo paradigma no estudo da neurofisiologia. 

Acta Neurochirurgica Supplementum 2012 , Vol 114

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