segunda-feira, 21 de abril de 2014

Polígono de Willis e o Planejamento da Clipagem Temporária

Polígono de Willis e o Planejamento da Clipagem Temporária





A microcirurgia vascular intracraniana para clipagem de aneurismas cerebrais demanda eventualmente a utilização da clipagem temporária proximal para controle ruptura do aneurisma. Neste contexto, surge o racional do Polígono de Wíllis para prever a necessidade de clipagens adicionais para conter o sangramento promovido pela ruptura aneurismática. Aneurismas com uma única artéria aferente (artéria cerebral média) necessitam de apenas um clip proximal para controle sangramento. Aneurismas com mais de uma artéria aferente podem necessitar de clipagens adicionais, como exemplo:

- Aneurisma carótida segmento oftálmica pode apresentar enchimento através de artéria comunicante posterior e através da artéria oftálmica, apesar do controle proximal da artéria carótida interna cervical.

-Aneurisma artéria comunicante anterior pode apresentar enchimento A1 contralateral apesar do controle proximal A1 ipsilateral.  

-Aneurisma da bifurcação da basilar pode apresentar enchimento da artéria comunicante posterior ipsilateral e/ou contralateral apesar da clipagem proximal do tronco da basilar.

Estudo realizado numa série de 113 pacientes com aneurismas de artéria comunicante anterior (49) e posterior (64) evidenciaram que a presença de anomalias do polígono de Willis esta relacionado mais frequentemente com a presença de aneurismas rotos. Como conclusão este estudo considera  a presença de uma anomalia do polígono como uma característica importante para considerar o tratamento preventivo.

Estudo reslizado em 114 pacientes pacientes com aneurismas cerebrais rotos evidenciou uma assimetria no polígono de Willis em 64%. Pacientes com múltiplos aneurismas esta assimetria do polígono correspondeu a 75,7%. Nos aneurismas da artéria comunicante anterior  a assimetria do polígono correspondeu a 72,7% nos aneurismas solitários e a 100% nos aneurismas múltiplos. Alterações morfológicas no segmento de A1 foi constatada em 50 (44%) pacientes, com maior incidência no lado direito (60%). A hipoplasia segmento de A1 e a diminuição do ângulo entre A1 e A2 pode provocar uma alteração hemodinâmica com formação e ruptura de aneurismas intracranianos.

Portanto, o estudo prévio do Polígono de Willis através da angiografia cerebral permite um melhor planejamento operatório nas cirurgias de aneurismas cerebrais. 

Referências:

1.The role of circle of Willis anomalies in cerebral aneurysm rupture.PUBMED

2.Three dimensional rotational angiography in surgical planning of aneurysm clipping.PUBMED

3.Presence of anatomical variations of the circle of Willis in patients undergoing surgical treatment for ruptured intracranial aneurysms.PUBMED


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