segunda-feira, 5 de maio de 2014

Monitoração da Pressão Intracraniana


O Departamento de Trauma e Terapia Intensiva da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia - SBN; Departamento de Neurointensivismo da SBN e Comitê Executivo da Associação NeuroTraumaBrasil em reunião extraordinária realizada durante o segundo Simpósio Internacional NTB/SBN de Atualização em Neurotraumatologia e Neuromonitoração, realizado entre 01 a 03 maio de 2014, em Araxá – MG, manifestam-se em sua missão de melhor zelar pelo bem estar de seus pacientes e em resposta ao parecer do Ministério da Saúde/CONITEC a respeito da implementação de tecnologia para monitoração da pressão intracraniana em pacientes com traumatismo cranioencefálico (TCE) grave:

Estavam presentes:
Prof Dr Sebastião Gusmão Presidente da SBN, Professor Titular Neurocirurgia da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG.
Prof Dr José Carlos Veiga Secretário Geral da SBN , chefe da Neurocirurgia Santa Casa São Paulo, Professor Titular Livre Docente da Santa Casa de São Paulo.
Dr Rodrigo Faleiro Coordenador Departamento de Trauma SBN e chefe Serviço de Neurocirurgia do Hospital João XXIII BH, Membro coordenador NeuroTraumaBrasil.
Dr Gustavo Cartaxo Patriota Coordenador Departamento Neurointensivismo SBN, Membro coordenador NeuroTraumaBrasil.
Dr Marcelo Chioato Secretário do Departamento de neurointensivismo SBN, Chefe do Serviço de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia, Membro coordenador NeuroTraumaBrasil.
Dr Robson Amorim Coordenador do Ambulatório de Neurotrauma do HC-FMUSP SP, Membro coordenador NeuroTraumaBrasil.
Dr Ítalo Suriano Coordenador do Pronto Socorro de Neurocirurgia da UNIFESP SP, Membro coordenador NeuroTraumaBrasil.
Prof Dr Nelson Saade Coordenador do Pronto Socorro de Neurocirurgia da Santa Casa SP, Professor Doutor da Universidade de Ciências Médicas de São Paulo, Membro coordenador NeuroTraumaBrasil.
Dr Ângelo Masset, Coordenador da Neuroemergência do Hospital da Fundação da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, Membro coordenador NeuroTraumaBrasil.
Dr Carlos Vinícios Motta Melo, Chefe do Serviço de Neurocirurgia e Neuroemergência do Hospital Dr. José Frota Fortaleza CE, Membro coordenador NeuroTraumaBrasil
Dr Ruy Monteiro , Chefe do serviço de Neurocirurgia do Hospital Municipal Miguel Couto RJ, Coordenador Executivo da secretaria municipal de Saúde  do Rio de Janeiro para assistência Neurocirúrgica nos Hospitais de urgência e emergência municipal da cidade do Rio de Janeiro, Diretor presidente do NeuroTraumaBrasil.

Os trabalhos que justificaram o parecer da CONITEC apresentaram falhas éticas e metodológicas importantes, que vem sendo mundialmente apontadas por diversos expertes em neurotraumatologia e se prestaram apenas para uma realidade médica local na Bolívia e Equador, segundo as publicações anexas. A neurotraumatologia de vanguarda mundial apresenta melhores resultados baseados na prevenção e otimização terapêutica das lesões cerebrais secundárias, mais importante fator de morbiletalidade nestes pacientes com lesão cerebral grave, através da neuromonitoração, dentre elas a monitoração da pressão intracraniana.

Segundo a Brain Trauma Foundation e o Consórcio Europeu de Trauma Craniano – EBIC, a metodologia de monitoração da pressão intracraniana é recomendada em seus guidelines desde 1995 e seguidas pela associação Médica Brasileira - AMB e  Sociedade Brasileira de Neurocirurgia desde 2001 na publicação do projeto diretrizes para o TCE que passou a guiar a conduta considerada de excelência em todo o território nacional.
Portanto, segundo este comitê a monitoração da pressão intracraniana é uma metodologia eficaz e segura, devendo ser mantida como tecnologia acessível aos pacientes usuarios do SUS. Convem resaltar que esta metodologia tem sido contemplado há mais de 20 anos pela tabela SUS: Trepanação craniana para propedêutica neurocirurgica com implante para monitoração da pic (040301034/9).

Esta metodologia apresenta ampla aplicação baseada na fisiopatologia da hipertensão intracraniana dos pacientes neurocríticos.

Este comite recomenda, que sejam não só mantidas, bem como permitidos o acesso aos pacientes do SUS de tecnologias mais atuais de monitoração da PIC, como microsensores e/ou sistemas de fibra óptica.

Referências:

Chesnut RM, Petroni G, Rondina C. Intracranial pressure monitoring in traumatic brain injury.N Engl J Med.2013 May 2; 368(18): 1751-2. PUBMED

Guidelines for the management of severe traumatic brain injury. VI. Indications for intracranial pressure monitoring. J Neurotrauma 2007; 24 Suppl 1: S37-44. PUBMED

Traumatismo Cranioencefálico Grave - Projeto Diretrizes / AMB LINK

Nenhum comentário:

Postar um comentário