quarta-feira, 6 de outubro de 2021

ABORDAGEM FAMILIAR APÓS CONCLUSÃO PROTOCOLO MORTE ENCEFÁLICA

Abordagem da família é momento delicado 

Para o neurocirurgião Gustavo Patriota, que é presidente da Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) do Hospital Universitário Lauro Wanderley, vinculado à Rede Ebserh/MEC, seja em hospital público, seja em unidade privada, o momento de levar uma informação negativa aos familiares é sempre delicado e exige abordagem específica para tratar sobre uma potencial doação de órgãos. “Sempre a comunicação de más notícias é um momento difícil. O profissional precisa ter a capacidade para entender o momento de conversar com a família e saber as palavras necessárias a serem utilizadas”, afirma Patriota. 

Ele explica que cerca de 80% dos familiares dão uma resposta negativa ao serem abordados sobre doação de órgãos. “Eles estão na fase do luto, da negação sobre o ocorrido. Quando há traumas súbitos, a família fica muito atordoada, e a chance do ‘não’ é muito grande. Já famílias que estão mais evoluídas do ponto de vista do conhecimento sobre morte encefálica, optam pelo ‘sim’, pela vida e por ajudar os próximos. Mas isso não acontece na maioria das vezes”, lamenta. 

Por isso, explica Gustavo Patriota, a abordagem dos profissionais de saúde precisa ser feita no momento adequado. “Quando a gente está fazendo assistência, não pode falar em morte encefálica. Falhas acontecem e inviabilizam o ‘sim’, muitas vezes, por conta de um profissional que faz a pergunta sobre doação de órgãos em um momento inadequado”. 

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