Hidrocefalia Pós Traumatismo Cranioencefálico Grave

Hidrocefalia Pós Traumatismo Cranioencefálico Grave

Apesar da  hidrocefalia pós-traumática ser considerado um fator de mau prognóstico, seu diagnóstico na prática clínica é relativamente negligenciado não havendo uma busca ativa para o diagnóstico desta patologia. Em geral, pacientes com TCE grave apresentam uma tomografia com dimensões ventriculares normais ou reduzidas na admissão. Com o decorrer da internação o paciente pode apresentar uma piora neurológica ou mesmo a não melhora neurológica. Neste momento, se faz necessário a suspeita diagnóstica.

Em 1996, Marmarou A et al observou que  44% dos pacientes sobreviventes TCE grave apresentavam ventriculomegalia pós-traumática, sendo que 20% foram diagnosticados como portadores de hidrocefalia pós-traumática. (Tamanho amostra 75 pacientes.)

Em 2005, Poca MA et al observou um aumento das dimensões ventriculares (EVANS ≥ 0,3) em 39,3% dos pacientes vítimas de TCE grave e em 27,3% dos pacientes vítimas de TCE moderado. O tempo decorrido do acidente foi 4 semanas em 57,6% e, em 69,7% após 8 semanas. A idade, a escala de coma de  Glasgow na  admissão, presença de hemorragia subaracnoidea e ou o tipo de lesão traumática não se correlacionou com com a ventriculomegalia pós TCE. (Tamanho amostra 95 pacientes.)

Em 2013, Kammersgaard LP et al , identificou a idade e o nível de consciência como sendo fatores preditores de hidrocefalia pós-traumática nos pacientes com TCE grave. A hidrocefalia foi identificada em 14,2% dos pacientes,  3/4  no primeiro ano de reabilitação.  (Tamanho amostra 444 pacientes.)

FIGURA 1. EVANS INDEX representado pela razão entre a dimensão dos cornos frontais pelo diâmetro biparietal no mesmo corte tomográfico. Valores > 0,3 é sugestivo de hidrocefalia.

FIGURA 2. Paciente vítima de TCE grave evoluindo com distúrbio do fluxo liquórico e necessidade de  derivação ventrículo-peritoneal (DVP).

Referências:

1. Ventricular enlargement after moderate or severe head injury: a frequent and neglected problem. PUBMED
2. Posttraumatic ventriculomegaly: hydrocephalus or atrophy? A new approach for diagnosis using CSF dynamics. PUBMED
3. Hydrocephalus following severe traumatic brain injury in adults. Incidence, timing, and clinical predictors during rehabilitation. PUBMED